sexta-feira, 30 de março de 2012

CONFLITOS ENTRE CRIANÇAS - ENTENDER PARA EDUCAR

       Mordidas, empurrões, beliscões, chutes, tapas e arranhões... Calma! Não é briga não, mas se estas situações acontecem quando algumas crianças estão reunidas, imagine na creche, com um número maior de crianças, com as quais elas têm que dividir brinquedos e atenções!  
       Portanto, para entender por que estas situações acontecem e como agir com nossas crianças para que elas encontrem outras formas de se expressar e controlar seus impulsos, apresentamos abaixo um dos textos lidos e debatidos por nossos profissionais.


Mordida - em quem dói mais?
Até os três anos de idade, as mordidas são conhecidas, comuns entre as crianças, mas sempre preocupam pais e professores. Para entender o fato, é preciso voltar nossa atenção para o desenvolvimento físico e emocional das crianças.

O mundo pela boca
        Crianças pequenas têm interesse e curiosidade por tudo que há à sua volta. A grande interação com o mundo, todos sabem, principia pela boca, por onde o indivíduo faz importantes descobertas separando o que o constitui e o que constitui o outro. Significativas sensações de prazer físico, psíquico e social acontecem nesse período, que acompanha a dentição.
Na fase oral, encontramos, com freqüência, a criança mastigando, sugando, chupando, produzindo sons, levando objetos à boca. E mordendo. Desejando conhecer o outro, apropriar-se dele - coisas e pessoas - manifesta-se desse modo, com essa agressividade primitiva.

É meu!
É claro que, um pouco mais tarde, a mordida ganha nova feição, passando a ser um modo de chamar a atenção mais rapidamente ou a resposta a um desejo contrariado (antes o choro era o recurso mais utilizado para isso). Normalmente essa criança ainda não fala com tanta fluência, articula as palavras com alguma lentidão e sabe que, com essa abordagem mais "enfática", resolverá mil vezes mais rapidamente a disputa pelo brinquedo. Apesar de sabermos que essas manifestações agressivas na infância não resultam na constituição de um sujeito violento na idade adulta, é claro que esse comportamento deve ser desestimulado. Com a estruturação da linguagem e do pensamento, com a construção da razão, a criança encontra estratégias mais refinadas para solucionar conflitos.
Em situações estressantes, esse tipo de reação também não é algo raro. Mães e professores têm relatos de crianças que, em meio a um grande número de pessoas, como em festas, por exemplo, mordem por ansiedade e insegurança. Alguns momentos na vida da família também podem detonar irritabilidade e agressões: um irmãozinho chegando ou recém-nascido; pai e mãe se separando; mudança de casa ainda não assimilada; todos são exemplos muito comuns. Ainda devemos lembrar dos filhos únicos e mais possessivos, que costumam ter um baixo nível de tolerância.

Ajudando a criança que morde
Cabe-nos ajudar tanto a criança agressora quanto a que sofre as investidas identificando as razões das mordidas e interrompendo o processo para evitar a instalação da agressividade no grupo. Dê possibilidade a seu filho ou aluno de expressar o que ele sente para que compreenda o que está acontecendo consigo. Quando ele não souber dizer por que mordeu o colega, experimente oferecer-lhe algumas opções.
Fora da situação em que os ânimos estão exaltados, mostre à criança que o amigo ficou triste e machucado. É importante considerar que o conceito de dor, como o de outras sensações, é construído. Imaginar-se no lugar do outro é um excelente exercício para despertar a percepção das conseqüências das ações que se pratica.
Por mais que pareça a melhor medida, o isolamento da criança não resolve o problema. Aprende-se a conviver bem experimentando a convivência.
Antecipe a ação negativa intervindo para evitar que a criança reincida. É preciso aprender a identificar o contexto dentro do qual ela apela para a mordida. Assim, quando estiver diante da situação-limite, a criança terá a chance de ser estimulada a trocar a comunicação corporal pela argumentação verbal.
Impeça que a criança sinta-se premiada com o comportamento inadequado. Ela não deve usufruir daquilo que conquistou à base da mordida (isso vale para chutes, beliscões, tapas, arranhões). Além disso, estimule sempre um pedido de desculpas.
Se você perceber a necessidade de ameaçar com uma medida punitiva, combine o que acontecerá se o ato voltar a ser praticado e cumpra o combinado. Voltar atrás é dizer que você não tem certeza de sua decisão. Vale lembrar que a punição não deve ser física e que a criança não deve ser humilhada.

Ela foi mordida de novo
Muitas vezes, avalia-se que uma criança é precoce, que é mais madura porque gosta mais de conviver com crianças mais velhas ou com adultos, demonstrando desconforto, inquietude, irritação quando está com outras crianças de sua idade. Claro que é possível que isso ocorra, mas o que verificamos, normalmente, é que o dia-a-dia entre indivíduos da mesma faixa etária, na fase do desenvolvimento de que estamos tratando, é mesmo o que há de mais difícil - por isso, às vezes, menos desejado -, pois todos têm demandas semelhantes. Aqui não há o que "tem que ceder porque o amigo é mais novo".
Voltemo-nos para a criança que é mordida repetidas vezes. Ela precisa de acolhimento - atenção e ajuda - para melhorar seus reflexos, expressar seu descontentamento e encontrar mecanismos de defesa. Fortalecê-la, porém, não é incentivar o revide, o que ocorre com freqüência com alguns pais pelo receio de que seu filho se torne um sujeito passivo diante da vida. É preciso lembrar que o adulto não deve oferecer um modelo agressivo sob pena de fixar o ambiente hostil que está rondando os primeiros relacionamentos da criança. Por mais que seja sofrido ver o filho marcado por um colega, evite o rancor, pois a criança que morde não é má, e seus pais sofrem muito temendo que ela seja discriminada pela turminha e pelos outros pais.


Final feliz
Uma mãe, minha amiga de longa data, vive recontando as histórias de seus dois filhos. O primeiro foi mordido algumas vezes pelos colegas, e isso doía mais nela (quem não a compreende?) do que no braço dele. O segundo filho, dois anos mais novo, foi para o outro lado da corda: até babava, literalmente, quando via uma bochecha por perto. Aborrecido, então, distribuía empurrões e marcas de dentes entre os que estivessem ao seu alcance. Ela não sabe quando sofreu mais: se quando mãe da vítima ou mãe do agressor.
        Bem, a boa notícia é que esses comportamentos são passageiros. Se bem conduzidos, por mãos firmes e afetivas, nossos pequeninos aprenderão a superar essa fase e construirão relações sociais saudáveis. Trocar experiências com o professor, com o pediatra, com o psicólogo, com outros pais rende tranqüilidade para uma ação positiva.

Aglacy Mary
 
FONTE: 
[20/03/2007- Matéria da Edição:84 - Fevereiro de 2007 ]

sexta-feira, 23 de março de 2012

Apresentação das Turmas 2012

O projeto pedagógico de nossa creche para esse ano, tem como tema a SAÚDE.  Neste primeiro subprojeto: “Buscando a SAÚDE na essência do SER...”, nosso foco é a saúde das relações, na vida em sociedade.
Nossas crianças estão conhecendo nosso “mundo”, e eles fazem isso através das relações, das interações com outras pessoas e objetos, com o meio em que estão inseridas. Partindo deste pressuposto, buscaremos abordar os seguintes temas: identidade, diversidade, identidade da turma, relacionamentos, conceito de grupo, regras de convivência, valores, afetividade, família, lazer, sempre com foco na qualidade destas relações, nas “relações saudáveis”, como costumamos dizer.
Como neste momento estamos envolvidos na construção de valores e da identificação da criança e de seu grupo, pensamos em nomear as turmas de acordo com este tema.  Após a observação do comportamento das crianças e das características de cada turma, surgiram os nomes: Turma da Amizade (EI 40 – Maternal I) e Turma do Abraço (EI 30 – Maternal II).
E são as professoras Suzana e Letícia, da Turma da Amizade e do Abraço respectivamente, que apresentam as turmas e contam um pouco sobre como chegaram ao nome de cada turma:

 “Iniciamos o tema contando para as crianças a história TODO MUNDO PRECISA DE UM AMIGO para que pudessem perceber a importância de ter uma pessoa em quem possa confiar. A história narra como nossa vida é diferente quando temos um amiguinho por perto seja quando você está brincando, quando está feliz, nas horas das atividades, para ajudar e também quando está triste.
       No decorrer da leitura as crianças identificaram e reproduziram as “caretas” dos personagens fazendo associações com os sentimentos em destaque.  Em seguida fomos para a área externa da creche para que pudéssemos captar com fotografias os momentos nos quais eles estavam felizes, ajudavam uns aos outros, brincavam juntos.
       Decidimos então, a partir da reflexão sobre a coletânea de fotos tiradas, e pela participação das crianças, chamá-la de TURMA DA AMIZADE, porque toda a creche tem inspirado esse sentimento.
     Com isso, produzimos um “reconto” sobre o livro citado, no qual nossas crianças ilustram as páginas do livrinho, demostrando o relacionamento e o entrosamento ente a turma e educadoras.”
(Profª Suzana – Turma da Amizade – EI 40)




“Desde o início do ano, pudemos perceber o quanto esta turma gostava de fazer carinho e abraçar uns aos outros.  As educadoras também sempre incentivaram esta prática, até mesmo para fazer parte da socialização.
Em um momento da “rodinha”, contei a história “TODO MUNDO PRECISA DE UM ABRAÇO”, e todos ficaram muito entusiasmados.
A partir desta história, produzimos um reconto com as falas das crianças, explicando para que damos abraços.  Foi um momento muito interessante, pois eles puderam perceber que atitudes de carinho são vivenciadas por eles a todo momento, mesmo sem perceberem.
Fizemos uma dramatização, e registramos com fotos, partindo das falas reproduzidas na rodinha.  Confeccionamos então o livrinho da turma, nomeada por eles como a “Turma do Abraço”.
Desde esse dia, nossa “Turma do Abraço” não esqueceu que esse simples ato de abraçar pode dizer muita coisa, envolvendo toda a creche nesse sentimento.”
(Profª Letícia – Turma do Abraço – EI 30)




quinta-feira, 8 de março de 2012

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Nossa homenagem a todas as mulheres que nos cercam... PARABÉNS!!!

Passeio à Lona Cultural de Vista Alegre

O maternal II (3 anos) foi participar da I Mostra Cine Carioquinha, na Lona Cultural João Bosco, em Vista Alegre, na terça feira, dia 06/03/12.

Assistimos ao filme Desmond e a armadilha do monstro do brejo, de Magnus Carisson (Suécia).  O filme conta a história da vida de moradores de Framboesópolis, que não é mais a mesma desde que algumas coisas começaram a desaparecer.  Quem será o culpado por tamanha confusão?

O passeio relatado por nossas crianças:

Eu gostei de ver o filme do porquinho e do jacaré peidão.” (João Victor)
O jacaré era muito engraçado.” (Manuela)
“A gente foi num ônibus grandão.” (Heloah)
O ônibus era verde e cinza.” (João Victor)
“Não, era verde claro!” (Manuela)
“A gente comeu biscoito de chocolate e bebeu suco.” (Sarah)
“Eu gostei de biscoito, suco e do filme.” (Davi)
“Eu também comi muito biscoito.” (Norma)
“Eu gostei do porquinho, porque ele é bonito. O coelhinho também!” (Beatriz)
“Eu só gostei de 2 porquinhos.” (Daniel)
“Eu me comportei bem!” (Hanniel)
“Eu comi biscoito de chocolate.” (Rodrigo)
“O coelho era legal!” (Matheus Protta)
“Eu gosto do porquinho.” (Lucas)
Eu gosto também!” (Matheus Victor)
“O ônibus balança!” (Hanniel)
“Tem que botar o cinto de segurança!” (João Victor)

Vejam as fotos!

Saindo da creche

DENTRO DO ÔNIBUS










 
CHEGANDO NA LONA CULTURAL




É HORA DE LANCHAR...

É CHEGADA A HORA! LUZ, CÂMERA, AÇÃO!


QUE PENA QUE ACABOU...


REGISTRANDO NOSSO PASSEIO...


Agradecemos especialmente a Elaine, Luana e Fernanda (mamães e vovó) que aceitaram o desafio e embarcaram conosco, contribuindo bastante para o sucesso de nosso passeio. Muito obrigada!